A Farsa de Tiradentes
Tiradentes, maçonaria e a Inconfidência Mineira: Como
era um simples alferes (patente igual à de tenente), não lideraria coronéis,
brigadeiros, padres e desembargadores, que eram os verdadeiros líderes do
movimento. Semi-alfabetizado, é muito provável que nunca esteve plenamente a
par dos planos e objetivos do movimento. Em todos os movimentos libertários
acontecidos no Brasil, durante os séculos XVIII e XIX, era comum o “dedo da
maçonaria”. E Tiradentes foi maçom, mas estava longe de acompanhar os maçons
envolvidos na Inconfidência, porque esses eram cultos, e em sua grande parte,
estudantes que haviam recentemente regressado “formados” da cidade de Coimbra,
em Portugal. Uma das evidências documentais da participação da Maçonaria são as
cartas de denúncia existentes nos autos da Devassa, informando que maçons
estavam envolvidos nos conluios.
Os maçons brasileiros foram encorajados na tentativa
de libertação, pela história dos Estados Unidos da América, onde saíram
vitoriosos – mesmo em luta desigual – os maçons norte-americanos George
Washington, Benjamin Franklin e Thomas Jefferson. Também é possivel comprovar a
participação da Maçonaria na Inconfidência Mineira, sob o pavilhão e o dístico
maçônico do Libertas quae sera tamen, que adorna o triângulo perfeito, com este
fragmento de Virgílio (Éclogas,I,27) Tiradentes era um dos poucos inconfidentes
que não tinha família. Tinha apenas uma filha ilegítima e traçava planos para
casar-se com a sobrinha de um padre chamado Rolim, por motivos econômicos. Ele
era, então, de todo o grupo, aquele considerado como uma “codorna no chão”, o
mais frágil dos inconfidentes. Sem família e sem dinheiro, querendo abocanhar
as riquezas do padre. Era o de menor preparo cultural e poucos amigos.
Portanto, a melhor escolha para desempenhar o papel de um bode expiatório que
livraria da morte os verdadeiros chefes.
E foi assim que foi armada a traição, em 15 de março
de 1989, com o Silvério dos Reis indo ao Palácio do governador e denunciando o
Tiradentes. Ele foi preso no Rio de Janeiro, na Cadeia Velha, e seu julgamento
prolongou-se por dois anos. Durante todo o processo, ele admitiu
voluntariamente ser o líder do movimento, porque tinha a promessa que livrariam
a sua cabeça na hipótese de uma condenação por pena de morte. Em 21 de abril de
1792, com ajuda de companheiros da maçonaria, foi trocado por um ladrão, o
carpinteiro Isidro Gouveia. O ladrão havia sido condenado à morte em 1790 e
assumiu a identidade de Tiradentes, em troca de ajuda financeira à sua família,
oferecida a ele pela maçonaria. Gouveia foi conduzido ao cadafalso e
testemunhas que presenciaram a sua morte se diziam surpresas porque ele
aparentava ter bem menos que seus 45 anos. No livro, de 1811, de autoria de
Hipólito da Costa (“Narrativa da Perseguição”) é documentada a diferença física
de Tiradentes com o que foi executado em 21 de abril de 1972. O escritor Martim
Francisco Ribeiro de Andrada III escreveu no livro “Contribuindo”, de 1921:
“Ninguém, por ocasião do suplício, lhe viu o rosto, e até hoje se discute se
ele era feio ou bonito…” O corpo do ladrão Gouveia foi esquartejado e os
pedaços espalhados pela estrada até Vila Rica (MG), cidade onde o movimento se
desenvolveu. A cabeça não foi encontrada, uma vez que sumiram com ela para não
ser descoberta a farsa. Os demais inconfidentes foram condenados ao
exílio ou absolvidos.
A descoberta da farsa: Há 41 anos (1969), o
historiador carioca Marcos Correa estava em Lisboa quando viu fotocópias de uma
lista de presença na galeria da Assembleia Nacional francesa de 1793. Correa
pesquisava sobre José Bonifácio de Andrada e Silva e acabou encontrando a
assinatura que era o objeto de suas pesquisas. Próximo à assinatura de José
Bonifácio, também aparecia a de um certo Antônio Xavier da Silva. Correa era
funcionário do Banco do Brasil, se formara em grafotécnica e, por um acaso do
destino, havia estudado muito a assinatura de Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes. Concluiu que as semelhanças eram impressionantes. Tiradentes teria
embarcado incógnito, com a ajuda dos irmãos maçons, na nau Golfinho, em agosto
de 1792, com destino a Lisboa. Junto com Tiradentes seguiu sua namorada,
conhecida como Perpétua Mineira e os filhos do ladrão morto Isidro Gouveia. Em
uma carta que foi encontrada na Torre do Tombo, em Lisboa, existe a narração do
autor, desembargador Simão Sardinha, na qual diz ter-se encontrado, na Rua do
Ouro, em dezembro no ano de 1792, com alguém muito parecido com Tiradentes, a
quem conhecera no Brasil, e que ao reconhecê-lo saiu correndo. Há relatos que
14 anos depois, em 1806, Tiradentes teria voltado ao Brasil quando abriu uma
botica na casa da namorada Perpétua Mineira, na rua dos Latoeiros (hoje
Gonçalves Dias) e que morreu em 1818. Em 1822, Tiradentes foi reconhecido como
mártir da Inconfidência Mineira e, em 1865, proclamado Patrono Cívico da nação
brasileira. Guilhobel Aurélio Camargo/Gazeta de Novo – Ele estava muito bem vivo, um ano depois, em
Paris. O feriado de 21 de abril é fruto de uma história fabricada que criou
Tiradentes como bode expiatório, que levaria a culpa pelo movimento da
Inconfidência Mineira. Quem morreu no lugar dele foi um ladrão chamado Isidro
Gouveia.
A mentira que criou o feriado de 21 de abril é:
Tiradentes foi sentenciado à morte e foi enforcado no dia 21 de abril de 1792,
no Rio de Janeiro, no local chamado Campo da Lampadosa, que hoje é conhecido
como a Praça Tiradentes. Com a Proclamação da República, precisava ser criada
uma nova identidade nacional. Pensou-se em eternizar Marechal Deodoro, mas o
escolhido foi Tiradentes. Ele era de Minas Gerais, estado que tinha na época a
maior força republicana e era um polo comercial muito forte. Jogaram ao povo
uma imagem de Tiradentes parecida com a de Cristo e era o que bastava: um
“Cristo da Multidão”. Transformaram-no em herói nacional cuja figura e história
“construída” agradava tanto à elite quanto ao povo.
A vida dele em poucas palavras: Tiradentes nasceu em
1746 na Fazenda do Pombal, entre São José e São João Del Rei (MG). Era filho de
um pequeno fazendeiro. Ficou órfão de mãe aos nove anos e perdeu o pai aos 11.
Não chegou a concluir o curso primário. Foi morar com seu padrinho, Sebastião
Ferreira Dantas, um cirurgião que lhe deu ensinamentos de Medicina e
Odontologia. Ainda jovem, ficou conhecido pela habilidade com que arrancava os
dentes estragados das pessoas. Daí veio o apelido de Tira-dentes. Em 1780,
tornou-se um soldado e, um ano à frente, foi promovido a alferes. Nesta mesma
época, envolveu-se na Inconfidência Mineira contra a Coroa portuguesa, que
explorava o ouro encontrado em Minas Gerais. Tiradentes foi iniciado na
maçonaria pelo poeta e juiz Cruz e Silva, amigo de vários inconfidentes.
Tiradentes teria salvado a vida de Cruz e Silva, não se sabe em que circunstâncias.
Acho que deve ser corrigidas todas as datas mensionadas acima.
ResponderExcluirSendo verdade ou não a história citada.
Acho que deve ser corrigidas todas as datas mensionadas acima.
ResponderExcluirSendo verdade ou não a história citada.